A evolução nos tratamentos oncológicos nos últimos anos introduziu a imunoterapia como uma arma de opção terapêutica na abordagem dos doentes com cancro. Atualmente, os tratamentos de imunoterapia são amplamente utilizados em vários tipos de tumores e em vários settings da doença oncológica, desde a terapêutica neoadjuvante até à paliativa.

As terapêuticas de combinação que incluem inibidores do checkpoint imunitário são também hoje uma realidade da prática clínica em oncologia.

A eficácia destas terapêuticas na doença oncológica é reconhecida.

No entanto, estão descritas toxicidades imunomediadas com potencial gravidade e que podem ser motivo de interrupção e descontinuação dos tratamentos em curso. A gestão da toxicidade imunomediada carece frequentemente de uma abordagem multidisciplinar. Neste sentido, face ao número crescente de desafios na gestão da toxicidade imunomediada, foi criado no IPO-Porto o Grupo Multidisciplinar de Toxicidade Imunomediada (Mult’iTox), que inclui especialistas de diversas áreas (Oncologia Médica, Hemato-Oncologia, Medicina Interna, Nefrologia, Cardiologia, Endocrinologia, Neurologia, Gastrenterologia, Patologia Clínica, Anatomia Patológica e Radiologia), com o pressuposto de discussão e gestão dos casos de maior gravidade e apoio na decisão de interrupção, descontinuação ou mesmo rechallenge dos referidos tratamentos.